Curiosidades sobre o Austin Seven

DNA Inglês


O carro logo chamou a atenção de outras fábricas  européias e já em 1928 transformou-se, sob licença, no Dixi, o primeiro veículo da marca BMW, que anteriormente só tivera antecedentes na fabricação de motocicletas e motores para aviões.

O primeiro carro da BMW, o Dixi, baseado no Austin 7

        Dixi de competição







No Japão, uma cópia do A-7, chamado Nissan
foi produzido, também provavelmente sob licença.


Antes da Segunda Guerra já era comum nas
 pistas da Inglaterra competições envolvendo
veículos originados dos Austin Seven , todos com motores 750 cc envenenados. A guerra
 trouxe uma pausa nestas competições, mas em 1952, um engenheiro britânico chamado
Colin Chapman trouxe nova vida à estas competições com seu modelo Lótus, um
A-7 totalmente modificado e com características inovadoras de aerodinâmica.
 O sucesso foi tão grande que Chapman começou a fabricar veículos semelhantes
 sob encomenda.
Alguém já ouviu falar de Lótus?
                                                                               
                                                                               

                                                                    20 II Versão aerodinâmica do A7, mas já com cara de Lótus

Lotus 20 - Restaurada e ainda correndo no UK


Outro carro famoso que possui o gene dos A-7 foi produzido em 1951 pelos primos Graham e Eric Broadley que modificaram uma versão de competição adequando-lhe um motor Ford e obtendo inúmeros excelentes resultados. O carro chamou-se Lola , que tornou-se uma marca muito conhecida nas décadas de 60/70, servindo de base para a produção de diversos esportivos de sucesso, inclusive o Ford GT-40.                        




               

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De Mickey a Eugene, the Jeep







 Era novamente o palco da guerra que necessitava , desta feita,de um veículo com todas as qualidades possíveis para a agilidade nos modernos campos de batalha. A indústria americana sería capaz de desenvolver quase todos os itens exigidos pelo Governo para um novo e revolucionário veículo. Menos um: O veículo deveria ser leve e... muito pequeno.

A concorrência rolou por muitos meses sem resultado.

Roy Evans havia anteriormente emprestado três de seus Austin/Bantam à Guarda Nacional da Pensilvania a título de testes nos serviços gerais de reconhecimento. Animado com os elogios obtidos pelos oficiais apresentou-se como pretendente à construção do novo veículo para as Forças Armadas. Além dos prazos já estarem praticamente esgotados,a Bantam era uma empresa fechada e tinha então apenas quinze funcionários. Sua situação financeira era precária e esta seria a sua ultima cartada. Consultado para liderar o projeto, o engenheiro Karl Probst, um dos diversos sócios que passaram pela Bantam titubeou mas lançou-se desenfreadamente aos desenhos. O Exército aceitara o desafio e a Bantam mais ainda. Teriam menos de uma semana para apresentar seu plano e apenas dois meses para concluir o primeiro protótipo para testes.

Probst havia sido consultado no dia 17 de Julho de 1940. No dia 22, ou seja, 5 dias depois a 400 quilômetros de Butler em Hollabird, das 135 empresas convidadas a apresentarem seus projetos, apenas duas compareceram - A Willys e a Bantam.

A proposta da Willys era inferior à da Bantam e a empresa confessou se impossibilitada de entregar o modelo – piloto no prazo que agora se reduzira a 49 dias. Por isso a proposta da Bantam foi aceita.

Nascia daí o primeiro Jeep, ainda sem nome, cuja especificação era a de caminhão de reconhecimento leve com ¼ de tonelada.

No círculo Karl Probst

 Apesar de apresentar o protótipo em tempo hábil, de participar de todas as etapas de testes e desenvolvimento do veículo, a Bantam acabou injustiçada pelo grande jogo de interesses que se seguiu à criação do veículo. Após um pedido de 70 veículos, segui-se outro de 1500. Enquanto a Bantam fabricava seus carros, Ford e Willys, beneficiadas pala grande influencia junto às Forças Armadas desenvolviam seus protótipos, corrigindo todos os defeitos apresentados pelos Bantam. Em pouco tempo seria instituída uma concorrência desleal, da qual Ford e Willys sairiam vencedoras com produtos melhores que os da Bantam , melhor capacidade de produção em grande escala.
 
Protótipo Bantam. No volante, Michael Shumacker,.. he..he..



Linha de produção pré - serie da Bantam


Uma da exigências governamentais era que uma parte dos veículos produzidos tivesse direção nas 4 rodas. Mas nunca foram produzidos em série. 




Apesar de intensa luta jurídica e de contar com a
 simpatia do público e imprensa, a Bantam teve,
finalmente de contentar-se com contratos para a
fabricação de carretas , as quais fabricou cerca
de 100.000 até o fim da guerra , e equipamento
hidráulico para lanchas torpedeiras e aviões.




Ford e Willys fabricaram cerca de 650.000 jipes entre 1942 e 1945, tendo a Willys continuado sua produção para o mercado civil após o término da guerra.

O Jeep dera a Bantam o seu primeiro lucro desde sua criação em 1935. A empresa anunciou um lucro de U$ 16.965 dólares em 1941,uma verdadeira porcaria. Apesar de continuar fazendo traillers após o término da guerra, em meados de 1952, sua folha de pagamentos, que anteriormente chegara a 2.000 funcionários estava reduzida a 175.

Finalmente em 1956, a pequena e corajosa American Bantam Company, que não só criara, mas que havia realizado o mais importante trabalho no desenvolvimento do jipe como o conhecemos hoje foi à falência, tendo fabricado em toda sua historia menos de 5.000 veículos, entre os Austin e os Bantam.
Sua melhor fase foi de 1940 a 1941 quando produziu 2.675 jipes .








Nelson de Almeida Filho


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O Jeep também foi pai do Pajero.



Sempre que o termo 4X4 é mencionado , o nome “Jeep” soa como uma referência mundial, por sua honrosa história de tarefas cumpridas, por seu exemplo de força e agilidade.
Descoberto pelo mundo após a II Guerra Mundial, o Jeep foi fabricado em diversas partes do mundo. No Japão, curiosamente, a fabricante tradicional do velho Jeep foi nada mais, nada menos que a Mitsubishi, que, sob licença, fabricou mais de 30 diferentes modelos entre 1953 e 1998 (!). Já em 1955, vislumbrando o nascimento de um 4X4 com projeto próprio, o então modelo CJ3B-J-10 serviu de base para o lançamento do protótipo Pajero, acreditem se quiserem.

Em 1952, a Shin Mitsubishi Heavy - Industries Ltd. Assinou contrato com a americana Willys Motor Company pra montar os ´primeiros modelos Jeep no Japão .

Pelo sistema CKD (Complete Knocked down), a primeira remessa de 554 unidades deixou as portas da fábrica em 1953 em duas versões chamadas de J1 e J2. Neste ano, a Willys iniciou a produção dos modelos CJ3B com o motor Hurricane e a novidade foi adicionada ao projeto japonês que discretamente iniciou uma linha de montagem com peças feitas no próprio Japão. Fabricados durante 45 anos,praticamente com o mesmo desenho, os Mitsubishi Jeep tiveram variações diversas, em plataformas com curtas e longas distancias entreeixos e versões Station -Wagon, como nossa antiga Rural, picapes, veículos militares entre outros motores à gasolina e diesel 4 cilindros.

Em 04 de junho de 1998 , produzindo veículos com extrema modernidade com o próprio Pajero, finalmente a Mitsubishi anunciou o fim de produção do velho Jeep, um sucesso comercial de décadas, gerador de outros produtos como o Mahindra, na Índia, o Jeepney, nas Filipinas, o Beijing, na China e o Korando, da Coréia. Ao todo foram produzidos no Japão cerca de 200.000 veículos, a maioria vendida para órgãos do governo e para os aficcionados em 4X4, que atualmente mantém clubes que reverenciam a marca e suas proezas.

Nelson de Almeida Filho